– Algfuturo esclarece que o abacateiro não é cultura intensiva e critica duramente os que sem fundamento tratam a agricultura como “bode expiatório” e o abacate como “criminoso”.

Na sequência da decisão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve de emitir uma Declaração de Impacte Ambiental desfavorável sobre uma parte do projeto de produção de abacates em Lagos, a AlgFuturo considera o seguinte:

  1. A AlgFuturo é absolutamente intransigente na salvaguarda das boas práticas agrícolas, o que significa a defesa e promoção das condições de sustentabilidade das produções;
  2. Somos particularmente exigentes com os nossos associados em matéria de garantias de proteção dos recursos, nomeadamente hídricos, e de cumprimento das normas em vigor;
  3. E a AlgFuturo também denuncia o facto de ser fundamental que exista igualdade de tratamento e a mesma exigência para todos os setores de atividade, em vez de perante a eventual insuficiência de água, a agricultura ser o bode expiatório a abater.

A agricultura no Algarve não pode estar no fim da linha das preocupações das autoridades em termos de sustentabilidade e equilíbrio produtivo, pelo que se espera e concorda, com a definição e acompanhamento da instalação de abacateiros pelo Governo, mas sem os radicalismos das forças que são motores de campanhas de intoxicação da opinião publica, contra os interesses nacionais e do Algarve.

  1. Somos inflexíveis na contestação e denúncia de campanhas sem fundamento que estão a ser feitas contra o abacateiro considerando-o uma cultura indesejável, quando todos os estudos demonstram as suas enormes virtudes, em que inclusivamente o consumo de água não tem os impactos negativos que lhe apontam. É sem dúvida, uma mais-valia para o Algarve e para o país, tendo em conta o seu alto valor acrescentado e o facto de contribuir para o aumento das exportações, logo para a riqueza nacional.
  2. No caso da exploração de Lagos, visada pela CCDR Algarve, o agricultor não é associado da AlgFuturo, mas defendemos, o mesmo que para os restantes projetos de cultivo de abacate: que cumpram os limites estabelecidos nos instrumentos de ordenamento territorial.
  3. Isto porque, com poucos tratamentos fitossanitários, a produção de abacate é perfeitamente compatível com as regras de sustentabilidade ambiental, até porque é uma cultura que consome menos água que outras do mesmo tipo.
  4. Dito isto, a AlgFuturo aproveita esta oportunidade para repudiar a ideia que alguns tentam criar que é a cultura do abacate a responsável pela falta de água no Algarve. Isso não é verdade e importa que as entidades que agora se manifestaram preocupadas com as poupanças necessárias de água e com a adoção das técnicas de gestão de água mais avançadas do mundo, também se preocupem com igual urgência em reforçar as fontes de origem de água no Algarve.
  5. O Presidente da AlgFuturo, José Vitorino, na luta pela água há 47 anos, lembra que “o problema não é o abacate, mas sim a falta de uma gestão adequada da água no Algarve, que tem de começar por solucionar as perdas que escorrem da serra e barrocal para o mar – estimadas em mais de 1000 milhões de m3/ano – ou as que resultam da degradação das canalizações municipais”. “Quanto ao problema, estamos conversados.

Mas também podemos falar de soluções em que uma delas, a chamada “Solução Guadiana”, foi idealizada por José Vitorino há 40 anos e faz parte das propostas que o Governo português colocou no Plano de

Recuperação e Resiliência que aguardam aprovação de Bruxelas” sublinha José Vitorino.

Cumprimentos

A COMISSÃO EXECUTIVA DA ALGFUTURO

Data: 30/04/2021