– TENDÊNCIAS NOS SETORES DA ECONOMIA TURISTICA SÃO DE ESTAGNAÇÃO; NAS PESCAS SÃO FORTES AS QUEBRAS,COMPROMETENDO MILHARES DE POSTOS DE TRABALHO; NA AGRICULTURA HÀ INSTABILIDADE; E SERRA DESERTIFICA-SE

1. No âmbito do barómetro económico-empresarial criado pela ALGFUTURO – UNIÃO PELO FUTURO DO ALGARVE, na passada semana realizou-se uma reunião dos órgãos dirigentes, fizeram-se inquéritos e analisaram-se estatísticas oficiais.

O período e análise respeita ao primeiro semestre de 2015, tendo os dados do INE feito concluir que na hotelaria o Algarve ficou para trás não acompanhando, e até apresentando tendências divergentes, em relação aos fortes crescimentos sustentados do país. O comportamento do setor comparado com o ano passado foi muito semelhante, com ligeira oscilação positiva nos proveitos da hotelaria, embora muito inferior à média nacional.

Nas pescas e agricultura há quebras, muito mais fortes no primeiro caso.

Nesta síntese, ALGFUTURO dá duplos e públicos parabéns à ANA, pelos 50 anos da infraestrura e investimentos anunciados. Sem esquecer no entanto as criticas que noutras matérias temos feito.

2. No conjunto da economia turística ( aí se englobando o alojamento residencial e hoteleiro, restauração, animação, transportes, comércio e serviços) continuaram a ser profundamente afetados pela sazonalidade e seus efeitos negativos na rentabilidade das empresas, desemprego e precariedade, com uma longa época baixa de outubro a maio e de quase paralisia entre novembro e março. Há novos fluxos turísticos low-cost, mas fazem baixíssimos gastos.

Com base no INE, comparando o período janeiro/maio dos anos de 2013, 2014 e 2015 conclui-se que enquanto a média nacional “disparou” na subida dos indicadores, o Algarve por falta de promoção e outras medidas ficou-se nas “covas”.

Nos hóspedes e dormidas, em 2014 o Algarve ficou a par de Portugal nas fortes subidas da ordem dos dois dígitos, recuperando parte dos muitos anos de sofrimentos e prejuízos. Este ano, as subidas no país são de 8% e 7%, respetivamente, e no Algarve a tendência é negativa, ainda que ligeira.

Por sua vez, nos proveitos totais, em 2014 o país e o Algarve ultrapassaram os 13% de aumentos (jan./maio), mas em 2015 a região algarvia ficou-se apenas por 3,9% e o país atingiu mais 10,4%.

Já se está na época alta sendo normais taxas de ocupação em muitos casos de 100%, havendo expetativas de melhoria dos indicadores de dormidas e proveitos, em que nomeadamente a pressão da procura provocada por problemas noutros destinos sobre os poucos quartos disponíveis na hotelaria permitirá ajustamentos de preços.

3 Numa perspetiva geral, há alguns sinais de que há coisas a mexer, em parte devido a candidaturas a fundos comunitários, mas com inúmeros estrangulamentos que constam do Estudo que oportunamente divulgámos.

A situação nas pescas é muito preocupante com quebras nas capturas em quase todo o tipo de artes. Além de outras espécies na pesca artesanal, os casos mais delicados são o polvo face ao esgotamento de stocks e a sardinha, em que a quota atribuída ao Algarve está quase atingida, o que implicará a paragem das embarcações. Poderão estar em causa milhares de postos de trabalho diretos e indiretos. Nos bivalves também tem sido um ano difícil para ameijoa.

Na agricultura, os citrinos que são o grande pilar do setor, desde o início da campanha em outubro que há problemas, com quebras na produção na variedade Valência Late e dificuldades de escoamento a preço justo, com melhorias desde maio devido à procura pelo mercado espanhol. As framboesas, tomate e vinhos, continuam a afirmar-se pela qualidade e competitividade.

As zonas serranas mantêm a tendência de desertificação humana, havendo a expectativa que os investimentos dos jovens com apoios comunitários possam contribuir para inverter a situação, faltando no entanto Programas integrados. Foi considerado urgente pôr fim às polémicas em torno da IGP ” Medronho do Algarve”, no interesse dos produtores e modos de fabrico.

Cumprimentos

20.7.2015

Comissão Instaladora da ALGFUTURO