PORQUE SE DECIDIU CRIAR A UNIÃO ALGFUTURO?
Chegámos aqui e vamos em frente pela força de uma realidade, anémica e recessiva, com anseios e medos e uma frustração profunda, porque vemos o potencial enorme de uma região abençoada, mas somos confrontados com uma imensidão de problemas e injustiças.
Região que é geradora de mais de metade dos 10.400 milhões de divisas provenientes do turismo em 2014.
Pelo Estudo de Tendências Estruturais que fizémos, concluiu-se que a região foi esvaída de milhares de milhões de euros de massa monetária. Nos últimos seis anos (2008/2014), houve uma quebra acumulada de cerca de 10.000 milhões em transações e consumo. Em termos relativos, foi a maior quebra do país e para se ter a noção do “trambolhão gigantesco”, basta dizer: ultrapassa em 30% todo o PIB da região correspondente a um ano; é quase equivalente ao total nacional das receitas de turistas estrangeiros em 2014; e é 30 vezes mais de que os magros 327,3 milhões de fundos comunitários que está previsto o Algarve receber nos próximos sete anos.
O aumento do IVA da restauração, de 13% para 23%, levou 200 milhões!
Viemos para ser fonte de confiança e como parceiro regional, agora e quando for criada a Região.
O que nos move é uma filosofia agregadora própria de um Projeto e de uma Carta que é única no país, ao enfrentar e construir o futuro abraçando no seu interior a realidade global. Porque só assim é possível diagnosticar e fazer a terapêutica certa.
A FORÇA DA ISENÇÃO, SEM POLÍTICO-PARTIDARITES
E com a força da blindagem de aço que resulta da nossa isenção e garantia de que no nosso seio não há lugar a político-partidarites. Serviremos o Algarve, sempre perante o concreto das coisas, sem pinturas nem jogos de espelhos. Cada um é livre de ter a sua ideologia e professá-la como entender, mas cá dentro sempre com fidelidade total ao nosso Objeto Social de isenção e independência legalmente registado.
Esta União pelo futuro é filha das necessidades, com longas reflexões com aqueles que no terreno fazem Algarve todos os dias, sem teorias. É filha, também, das conclusões tiradas de estatísticas oficiais, tudo nos fazendo esbarrar em imensos obstáculos, que cada um isoladamente não consegue ultrapassar.
TRÊS EXEMPLOS “NEGROS”
Damos conta dessas situações, mas para se ver o ponto lastimoso a que se chegou, apontamos três casos.
Numa zona turística, um turista apareceu nu atado a um poste;
Na Via Algarviana há locais sem comunicação por telemóvel e internet;
Pela carência de meios, em zonas turísticas fortes há Bombeiros de mão estendida a pedir dinheiro, atitude que se compreende quanto aos Bombeiros pela necessidade das corporações, mas que é intolerável por parte das entidades públicas que não garantem dignidade e meios aos soldados da paz.
São situações que têm de ser evitadas, porque envolvem pessoas e desferem golpes profundos na nossa imagem turística!
“BOMBAS ATÓMICAS” E NÚMEROS EXPLOSIVOS
E também não é aceitável que nos coloquem no nossa costa as potenciais “bombas atómicas” de exploração do petróleo e gás, sem estudo de impacto ambiental e desconhecendo-se a prevenção e garantias em caso de um qualquer acidente, que seria devastador.
Mas em números bem grandes, marcam as 125.000 pessoas em risco de pobreza, os 414 profissionais em falta nos hospitais da região, mais o reforço na época alta. E provocado pelas portagens, são 5,5 milhões de quebra nas passagens na ponte do Guadiana em 3 anos, com menos 200 milhões de euros gastos pelos espanhóis. As portagens não podem continuar!
FUNDADORES DA ALGFUTURO ALERTARAM HÁ 30 ANOS PARA O RISCO DE RECESSÃO
Muitos dos fundadores da Algfuturo, em tempo útil, previram a situação estrutural recessiva em que o Algarve se encontra e, mais do que isso, desde há cerca de 30 anos, tomaram iniciativas, fizeram estudos e propostas
de novos caminhos que apresentaram aos mais altos responsáveis em
Lisboa, Bruxelas e Algarve. Situação em que, como se previu, os setores tradicionais estão em declínio, a economia e a sociedade ficaram turístico-dependentes e em termos socioculturais os indicadores são deprimentes e com o setor chave a apresentar tendências estruturais vacilantes.
Saúdem-se os projetos empresariais de sucesso e os seus responsáveis, que contra tantas adversidades conseguem vencer.
É com solene e pesado sentido de responsabilidade que damos hoje este passo em frente, de mente aberta para colaborar com todos e certos da mesma postura dos outros agentes públicos e privados, que saudamos. Mas com uma condição: com verdade e sem ocultar os problemas! Porque ocultando-os nunca se resolverão, só se agravarão cada vez mais.
CONJUNTURA SEM ILUSÕES. EXIGEM-SE MEDIDAS ESTRUTURAIS
Agora, há no Algarve alguns indicadores conjunturais de descompressão, com que todos nos congratulamos.
Mas, atenção às ilusões se não forem atacados os problemas estruturais, haverá novas e prolongadas recaídas cada vez mais fortes, como tem acontecido até aqui.
O estado a que chegámos é um cúmulo de deficites provocados no Algarve por poderes e decisores públicos centrais e centralistas de diferentes colorações político-partidárias. O essencial que temos, desde logo a Universidade do Algarve, foi tudo conquistado a ferros pois não a queriam! Em termos estruturais: o turismo, vacila nos seus alicerces com turistas estrangeiros a menos perante as cerca de 600.000 camas (110.000 na hotelaria), com taxas de ocupação e receitas a descer na última década e sazonalidade a agravar-se (apenas quatro meses com taxas de ocupação superiores a 50%); a indústria transformadora quase não tem expressão; e a horto-fruticultura e as pescas caíram na sua representabilidade.
Numa economia sazonal, como é a maior parte no Algarve, ser empresário é um ato de heroicidade.
É VITAL UMA FORTE PROMOÇÃO TURISTICA ESPECIFICA DO ALGARVE
E no presente, numa matéria chave como é a promoção institucional do Algarve, aos órgãos da região tem que ser atribuído um papel claro e determinante com autonomia e meios substanciais para promoção externa. Sem promoção forte, nada feito.
ENFRENTAR O ALGARVE TOTAL, DOS 4 D(S), COM PROPOSTAS
A União Algfuturo enfrenta o Algarve do que parece, do que é, e do que queremos que seja e como.
É o Algarve Total, dos 4 (quatro) D(s).
a) do Deslumbramento ou das aparências, visto de fora, parecendo que se vive por cá no melhor dos mundos. Cumpre desmistificar, porque não é verdade e porque por isso somos penalizados. Estruturalmente, o Algarve está muito desequilibrado e em depressão, mas Lisboa e Bruxelas puseram-nos um rótulo de região a caminho do desenvolvimento e não nos atribuíram cerca de 1.000 milhões de fundos estruturais, que se justificam. Há cerca de 700 milhões que têm de se resgatar. Mas mesmo esse valor é insuficiente face à situação, como este Estudo demonstra inequivocamente. Temos todos que lutar pelo que é de direito!
b) das Dificuldades com que a região e cada um se confronta no dia a dia, com baixo poder de compra, lojas fechadas ou sem clientes, baixa despesa média dos turistas nacionais e estrangeiros, etc. O desemprego na época baixa, nalgumas zonas, chega a atingir os 50/60% e os jovens são as maiores vítimas.
c) dos Dramas estruturais, como revelam a dureza dos grandes números e tendências e gravíssimos problemas económicos e sociais, forte anemia, descrença, etc. Por isso, é um imperativo preparar o PIRDA – Programa de Intervenção para Regeneração e Desenvolvimento do Algarve, que reclamamos; avançar com o PEDISA – Programa Específico para Desenvolver o Interior e Serra do Algarve; e “corredores” abertos com Andaluzia, que tem 8,5 milhões de habitantes.
Ao forte desemprego e desertificação do interior e serra junta-se a desertificação urbana no litoral mais turístico.
Perante a dimensão dos problemas, sem Programa/Plano e com apenas 327 milhões de verbas comunitárias para o longo período de sete anos, tornar-se-á tudo ainda mais complexo.
d) da Descentralização efetiva, mais importante de todas as Reformas do Estado, com a criação da Região Administrativa, cruzada democrática pela qual nos bateremos.
TUDO PARA APRESENTAR AOS CANDIDATOS NAS LEGISLATIVAS E PRESIDENCIAIS
São estas as nossas frentes de luta que assumimos com transparência e fundamentos e que de forma leal apresentaremos numa fase decisiva para o nosso futuro como são as eleições legislativas e presidenciais que se aproximam. Queremos fazer renascer a esperança e abrir um futuro risonho.
As eleições não podem ser abstrações. Cumpre ouvir o que os candidatos propõem, mas também apresentar-lhes os problemas, apurar da sua sensibilidade e fixar compromissos. Em conformidade, se informará a população e esta em consciência deve fazer opções e votar. Nesse sentido iremos diligenciar.
É POR UM ALGARVE VENCEDOR QUE A ALGFUTURO SE CRIOU!
UNIDOS E FORTES VAMOS PARTIR PARA REALIZAR UM PROJETO QUE CONCEBEMOS, MAS QUE É DE TODOS E PARA TODOS!
Faro, 27 de maio de 2015
A Comissão Instaladora
Nota: É um breve resumo do Estudo que tem cerca de meia centena de páginas